Já dizia Carlos Drumond de Andrade. “A vida é a busca da
morte”. Só que para os monlevadenses, a morte se tornou vizinha presente e chata. É, nosso povo
está entre a vida e a morte tanto quanto quem mora no Iraque ou no Rio de
Janeiro. A chance de vermos um parente, um amigo, um conhecido ou a gente mesmo
morrer antes da hora é grande.
Parece trágico, mas é a mais pura realidade. Basta utilizar
a BR 381 em dia chuvoso. Choveu, a gente já sabe. MORTES. E elas continuam como
novela. Capítulo a capítulo. Teve um dia que foi um bebê. No outro dia, uma
grávida. Uma família inteira com vovó e netos. E agora, agora o florista.
Justamente ele que preparava flores para deixar o sofrimento mais, digamos,
belo, confortável.
A BR 381 já pode ser comparada a uma guerra, ao tráfico, ao
que existe de pior neste mundo. Digo comparada por causa do comportamento dos
políticos em relação a ela. A BR virou uma máquina de corrupção e mais vale
roubar do que duplicar. A realidade sim é trágica.
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