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26 dezembro, 2011

Recado das ruas


Mesmo após asfaltamento e antes das chuvas, situação do Governo Prandini é extremamente desfavorável. Nomes da oposição se destacam.

Bom dia a todos, de volta após breve recesso.

Direto ao assunto. Duas novas pesquisas divulgadas neste mês traduzem a sensação das ruas em números. Uma divulgada na semana passada, do Instituto Data MG e outra que saiu agora, realizada pelo instituto MDA, de Lavras. Os dados coletados em João Monlevade na semana passada, antes dos problemas das chuvas, revelam que o Governo Gustavo Prandini continua sendo o mais rejeitado da história do município e que a oposição tem mais chances de governar a cidade a partir das eleições do ano que vem.

No poder a três anos, o prefeito de Monlevade, Gustavo Prandini, alcançou 68% de rejeição, na pesquisa MDA, realizada pela universidade de Lavras. Isso significa que quase 7 em cada 10 monlevandeses não desejam que Prandini continue no poder. O número é impressionante, pois o prefeito continua com a máquina administrativa nas mãos.

No caminho inverso, os nomes da oposição aparecem em situação favorável. Dois nomes do PSDB se destacam. Carlos Moreira, que tem o maior índice de aprovação, chegando a 58,1% das intenções de voto e Lucien Marques, que tem o menor índice de rejeição ao lado de Doutor Railton, do PDT, ambos têm apenas 11,2% de rejeição e são os nomes com menos desgaste.

Conceição Winter, doutor Railton e Lucien Marques também se destacam na intenção de voto. A primeira teria hoje 28,3% das intenções de voto caso o ex prefeito Carlos Moreira não se candidatar.  Doutor Railton estaria empatado de acordo com a margem de erro, e teria 25,3%, enquanto Lucien Marques aparece com 10,2%. Neste cenário, Gustavo Prandini tem apenas 8,4% das intenções de voto.

Além de Gustavo Prandini, que é o mais rejeitado pela população, Zezinho Despachante, do PP e Conceição Winter, do PPS, também encontram dificuldade. Ambos são rejeitados por 19,4% da população. A rejeição é importante porque mede o poder de crescimento eleitoral, ou seja, quanto menos rejeição, maiores podem ser as chances do candidato subir na intenção de voto.

Delci Couto, do PSB, aparece com 3% das intenções de voto assim como Zezinho Despachante, mas,a exemplo de Zezinho, sua rejeição também é considerada alta. Chega a 14,1%. Já Dorinha Machado, do PMDB, que lançou sua candidatura, não é nem mesmo citada pelos eleitores.

Considerando as abstenções

Considerando as abstenções e votos brancos e nulos do ano passado, no cenário sem o ex prefeito Carlos Moreira, mesmo no poder, Gustavo Prandini chegaria a pouco mais de 4 mil votos. Votação pífia para quem tem apoio do PT na cidade e está com a máquina nas mãos.

ANÁLISE SOBRE A PESQUISA

Causa e efeito

Pesquisas de opinião medem o momento vivido por cada pré candidato e são um reflexo de causa e efeito. O município de J. Monlevade vive as avessas com o interesse do povo. Câmara e Prefeitura articularam, durante todo o mandato, projetos esdrúxulos e aí está o resultado, que já havia se configurado nas eleições para deputado.

O IPTU subiu, a conta de água subiu, a arrecadação subiu, mas as obras não apareceram, o salário dos servidores caiu, a luta dos professores foi tratada com desdém, as promessas mirabolantes não saíram do papel e a saúde piorou. O número de festas é considerado alto demais. Outro problema: viagens para EUA e Europa. A segunda, em plena discussão salarial com servidores, o que ocasionou em greve dos professores. 

As altas gratificações dadas a funcionários do alto e médio escalão e as contratações de gente de fora da cidade criaram duas imagens negativas. A primeira de privilégios. Enquanto uns poucos ganham muito no governo Prandini, outros perdem poder salarial. Tudo as custas de piores condições de vida para a maioria dos servidores. A segunda imagem é de falta de reconhecimento dos valores da terra. Gente de fora é vista como melhor e mais capaz. Estranho, já que em outros governos mais positivos que este, contratar gente de fora não foi necessário.

 Durante grande parte do mandato, o prefeito praticamente se fechou no gabinete e só agora, as vésperas da eleição, decidiu aparecer mais um pouco. A relação com a imprensa foi de enfrentamento e críticas foram tratadas como algo condenável, quase um atentado à imagem do prefeito, que deu a entender ser dono de uma vaidade desconhecida até então.

A cidade foi tomada por buracos por anos, a limpeza pública foi um desastre, o crescimento desordenado criou especulação imobiliária e a falta de fiscalização permitiu abertura de lotes que enchem o centro de lama. Ruas que nunca receberam calçamento foram abandonadas por um projeto eleitoreiro de asfaltamento que chegou a ruas e avenidas que já eram calçadas ou asfaltadas. Muitas delas acabaram beneficiando parentes e amigos do prefeito.   

Asfaltamento via de mão dupla

O asfaltamento de ruas e avenidas em Monlevade, além de endividar a cidade, é uma via da mão dupla. Primeiro porque para asfaltar uma via outra é preterida, deixada de lado. Segundo, porque o asfalto sem qualidade, como é o caso deste que foi fixado, demonstra falta de zelo quando os buracos aparecem e olha que muitas já estão repletas deles e isso significa mais custo. Como se não bastasse, o asfalto mal planejado inunda o centro da cidade e entope as bocas de lobo e bueiros.

Outro problema crônico é a falta de água. Apesar do aumento nas contas, o abastecimento piorou. Isso reflete, imediatamente, na piora da condição de vida da população e na avaliação do governo.

Ainda durante a administração municipal, alguns fatos inusitados acabaram criando uma caricatura ruim para a imagem do prefeito. O salto do prefeito no rio das pacas, que, por pouco, poderia ter terminado em tragédia. O churrasquinho inocente de um pastor em um posto de saúde em horário de expediente. A abertura de uma porta nos fundos do gabinete do prefeito. As viagens para fora do país em plena greve na cidade. Um processo de cassação de mandato com mudança repentina de voto de um dos juízes no TRE. A dívida crescente do município, acusações de suposta perseguição a servidores, populares e ao jornal A Noticia. Atrasos no repasse para o hospital Margarida. Tudo isso abalou a imagem do prefeito e de seu governo e a tradução destas ações é vista nas pesquisas ora publicadas.

Igual massa de bolo

Diz um ditado antigo que o ex prefeito Carlos Moreira (PSDB) é igual massa de bolo. Quanto mais bate, mais cresce. Recentemente, o PT e partidos aliados, lançou uma cartilha criticando o ex prefeito. Num jantar regrado a comes e bebes, assessores de Prandini voltaram a atacar o radialista. Apesar de todas as iniciativas, Moreira permanece com avaliação recorde e é o mais forte nome para as próximas eleições.

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