O escritor Carlos Heitor Cony, que
escreve para a Folha, fez os brasileiros engolir seco, em um texto intitulado
“O funeral de César”. Cony falava do julgamento do mensalão, em que um juiz,
novato, indicado por Dilma, do PT, dos acusados e condenados, disse que não se
importava com a opinião pública. O escritor escreveu, no domingo:
“O que me chamou a atenção é que
nenhum dos magistrados se declarou impedido de julgar uma questão que já tinha
sido julgada por um plenário anterior. Afinal, os dois novos ministros, homens
acima de qualquer suspeita, indicados recentemente por dona Dilma, nada
perderiam em talento e formosura se se declarassem impedidos de apreciar a
decisão de um colegiado do qual não participaram nem tiveram tempo para
destrinchar os complicados labirintos que foram investigados exaustivamente
pelos demais ministros”.
E prosseguiu, após outras palavras:
“Mas o desdém pela opinião pública,
tão explicitamente confessada, lembrou-me aquela passagem do Evangelho em que
Jesus Cristo perguntou aos apóstolos o que a opinião pública daquele tempo
pensava dele mesmo... Foram citados grandes profetas do Velho Testamento,
somente Pedro acertou na mega-sena e tornou-se a pedra sobre a qual a nova
religião seria fundada. A opinião pública, certa ou errada, é fator que produz
história.”
O texto de Cony, apesar de intitulado
o funeral de César, pois começa descrevendo uma peça de Shakespeare, bem
poderia ser “o funeral da opinião pública”.
Conseqüências eleitorais
Cada vez mais a impressão que se tem é
que vão relaxar a pena no novo julgamento que deve acontecer ano que vem,
período eleitoral. Mas quais serão as conseqüências na tentativa de reeleição
da presidente Dilma? Como a população vai reagir quando os ministros que ela indicou
votarem a favor dos réus, se o fizerem? Dizem que nos protestos de rua
proibiram as máscaras. Ao mesmo tempo, começam a cair as máscaras dos poderosos
petistas e seus agregados.
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