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17 setembro, 2013

O funeral da opinião pública

O escritor Carlos Heitor Cony, que escreve para a Folha, fez os brasileiros engolir seco, em um texto intitulado “O funeral de César”. Cony falava do julgamento do mensalão, em que um juiz, novato, indicado por Dilma, do PT, dos acusados e condenados, disse que não se importava com a opinião pública. O escritor escreveu, no domingo:
“O que me chamou a atenção é que nenhum dos magistrados se declarou impedido de julgar uma questão que já tinha sido julgada por um plenário anterior. Afinal, os dois novos ministros, homens acima de qualquer suspeita, indicados recentemente por dona Dilma, nada perderiam em talento e formosura se se declarassem impedidos de apreciar a decisão de um colegiado do qual não participaram nem tiveram tempo para destrinchar os complicados labirintos que foram investigados exaustivamente pelos demais ministros”.

E prosseguiu, após outras palavras:

“Mas o desdém pela opinião pública, tão explicitamente confessada, lembrou-me aquela passagem do Evangelho em que Jesus Cristo perguntou aos apóstolos o que a opinião pública daquele tempo pensava dele mesmo... Foram citados grandes profetas do Velho Testamento, somente Pedro acertou na mega-sena e tornou-se a pedra sobre a qual a nova religião seria fundada. A opinião pública, certa ou errada, é fator que produz história.”

O texto de Cony, apesar de intitulado o funeral de César, pois começa descrevendo uma peça de Shakespeare, bem poderia ser “o funeral da opinião pública”.

Conseqüências eleitorais

Cada vez mais a impressão que se tem é que vão relaxar a pena no novo julgamento que deve acontecer ano que vem, período eleitoral. Mas quais serão as conseqüências na tentativa de reeleição da presidente Dilma? Como a população vai reagir quando os ministros que ela indicou votarem a favor dos réus, se o fizerem? Dizem que nos protestos de rua proibiram as máscaras. Ao mesmo tempo, começam a cair as máscaras dos poderosos petistas e seus agregados.


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