Não adianta; o
pragmatismo eleitoral sempre disputa e conflita com o tempo dispensado pelo
político com os programas ético ideológicos. Em alguns casos em maior, outros,
em menor proporção. O próprio sistema força esse comportamento. É que as
disputas de voto acontecem de dois em dois anos, com intervalos de quatro para
cada cargo, deixado de lado o caso do Senado, quando são oito anos de mandato.
As eleições estão
sempre batendo à porta e a preocupação com a vitória se faz presente em pouco
tempo. Mal se acostuma com o mandato e lá está o político, de novo, em meio a
uma disputa. E não tem jeito, quem dorme no tempo está vulnerável à derrota,
mesmo que esse dormir represente fazer algo que considera correto ou um desejo
de satisfação pessoal em prol da coletividade. Ele tem que saber dosar, buscar
as alianças certas, demonstrar o seu trabalho e, claro, contar com um pouco de
sorte.
Meu avô, Antônio
Gonçalves, sempre gostou de usar uma frase, quando o assunto era a política.
Dizia ele: “sou bom, dou sorte e Deus me ajuda”. É mais ou menos por aí. Apenas
mudaria o trecho “Deus me ajuda” por trabalho certo, já que, para quem crê,
Deus ajudaria a todos.
E no meio do
trabalho aparecem as alianças. Algumas previsíveis e importantes e algumas
antes impensadas. Mesmo essas nem tão coerentes assim podem fazer diferença
positiva. Mas algumas são um desastre. Existem exemplos de vantagens eleitorais
e de fracassos ocasionados por escolhas erradas em momentos diversos.
Não precisa citar,
eles estão espalhados por todos os lados. Na última eleição municipal mesmo. A
dupla feminina, Conceição e Dorinha reclamou bastante da colagem do ex prefeito
Prandini e de seus principais assessores à campanha delas. Mas observe que a
culpa, neste caso, não do Prandini ou de seus aliados. A escolha foi delas e da
campanha delas.
As queixas das duas
vieram depois que a decisão já havia sido tomada e que os nomes já estavam
vinculados. As conseqüências, óbvias, fizeram os números delas desabarem nas
pesquisas, do início ao fim da eleição.
É por isso que se
torna importante pensar bem. Decisão tomada não adianta chorar, basta assistir,
na arena dos votos, como a população sabe reagir a essas escolhas impensadas. E
não adianta gastar dinheiro, nem saliva, a coisa pega igual carrapato.
Do mesmo modo, a
coerência e as alianças bem pensadas, com pessoas que têm história com o
município, que trabalham direitinho, que têm vínculos vantajosos, de fato,
podem fazer toda diferença antes, durante e depois da disputa. As eleições
estão à vista, mas é bom pensar no prazo.
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