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29 outubro, 2013

Quando até o barulho é bom


Sempre que a ArcelorMittal fica em baixa, teoricamente lembramos de outros três setores que ajudam a segurar a economia monlevadense: comércio, educação e construção civil. No quesito dinheiro, dois vão bem, obrigado, mas um precisa de ajustes. Falo do comércio. E quando digo comércio estou falando de qualquer coisa lícita que é vendida.

O nosso sábado pela manhã se tornou um símbolo. Se a rua está cheia e as lojas também, bom sinal. Quando está vazia, hora de se preocupar. O comércio fraco é ruim não só para o dono do estabelecimento, mas para toda a população.

Já faz algum tempo que nosso povo, inconscientemente, se volta, burramente, contra o seu próprio comércio. É a máxima do reclamar de tudo. Se algum comerciante faz uma publicidade mais agressiva, lá está o povo reclamando e, claro, os jornais dando toda cobertura por motivos óbvios, querem que a publicidade se restrinja as suas páginas.

Uma parte do povo reclama da publicidade no som dos carros, do totem que passou do padrão, da placa que chama a atenção para o negócio. Pedem qualidade, lojas mais bonitas, mas quando criam uma galeria assim, são incapazes de entrar. Passam pela porta como cegos, como se nada ali existisse. O recado é: “não queremos mudança”, apesar de exigi-la na lábia.

Em pouco tempo lá está a Prefeitura, ordenando mudanças de postura, com base em um código restritivo, criado em um momento em que a Belgo Mineira custeava com sobras nossa população, bem menor e menos exigente, claro.

E não é só o problema da publicidade. Têm as barraquinhas. Proibiram o comércio e pronto. Tiraram o serviço de diversas pessoas, a maioria produtores rurais. Ora, mas não vão fazer nada para resolver o problema? Precisamos dessas pessoas trabalhando, produzindo, vendendo. Não basta proibir e lhes virar as costas. Tratem de arrumar um local adequado para eles e cobrem impostos, se for o caso. 

Os efeitos dessa ditadura contra o desenvolvimento passa por outros caminhos. Quando a Prefeitura entra, logo em seguida vem a polícia, exigindo que o som da publicidade seja desligado, que a barraquinha que vende alface seja desmontada. Que o comerciante siga sua vidinha dentro das regras até quebrar.

E segue a rotina, sem som, sem publicidade, sem promoção, sem liberdade e, daqui a pouco, sem desenvolvimento e dinheiro. Enquanto isso, cada vez mais monlevadenses vão a BH. Para quê? Comprar. Daqui a pouco, vender. Buscar uma vida melhor. Aí é que mora o perigo. Podemos continuar ranzinzas, exigindo silêncio no sábado pela manhã, sossego e tudo mais. Também podemos continuar virando as costas para aqueles que tentam empreender, lhes tirando sua fonte de renda e nada fazendo para ajudá-los a prosperar. Ou também podemos dizer: peraí, nosso comércio sempre foi forte e temos que fazer de tudo para mantê-lo assim, com mais crescimento e pujança. Basta pensar como desejamos nossa cidade. 

Exemplo reverso

Enquanto por aqui proíbem, em São Gonçalo estimulam. Apoio à formação de novas indústrias. Um centro industrial legalizado de olho no futuro, quando a Vale parar de operar ou diminuir sua capacidade. Apoio ao comerciante. Apoio ao produtor rural, com o objetivo de ajudá-lo no plantio e na venda de seus produtos. E por aí vai...


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