Sempre que a ArcelorMittal fica em baixa, teoricamente lembramos de outros três setores que ajudam a segurar a economia monlevadense:
comércio, educação e construção civil. No quesito dinheiro, dois vão bem,
obrigado, mas um precisa de ajustes. Falo do comércio. E quando digo comércio
estou falando de qualquer coisa lícita que é vendida.
O
nosso sábado pela manhã se tornou um símbolo. Se a rua está cheia e as lojas
também, bom sinal. Quando está vazia, hora de se preocupar. O comércio fraco é
ruim não só para o dono do estabelecimento, mas para toda a população.
Já
faz algum tempo que nosso povo, inconscientemente, se volta, burramente, contra
o seu próprio comércio. É a máxima do reclamar de tudo. Se algum comerciante
faz uma publicidade mais agressiva, lá está o povo reclamando e, claro, os
jornais dando toda cobertura por motivos óbvios, querem que a publicidade se
restrinja as suas páginas.
Uma
parte do povo reclama da publicidade no som dos carros, do totem que passou do
padrão, da placa que chama a atenção para o negócio. Pedem qualidade, lojas
mais bonitas, mas quando criam uma galeria assim, são incapazes de entrar.
Passam pela porta como cegos, como se nada ali existisse. O recado é: “não
queremos mudança”, apesar de exigi-la na lábia.
Em
pouco tempo lá está a Prefeitura, ordenando mudanças de postura, com base em um
código restritivo, criado em um momento em que a Belgo Mineira custeava com
sobras nossa população, bem menor e menos exigente, claro.
E
não é só o problema da publicidade. Têm as barraquinhas. Proibiram o comércio e
pronto. Tiraram o serviço de diversas pessoas, a maioria produtores rurais.
Ora, mas não vão fazer nada para resolver o problema? Precisamos dessas pessoas
trabalhando, produzindo, vendendo. Não basta proibir e lhes virar as costas.
Tratem de arrumar um local adequado para eles e cobrem impostos, se for o
caso.
Os
efeitos dessa ditadura contra o desenvolvimento passa por outros caminhos.
Quando a Prefeitura entra, logo em seguida vem a polícia, exigindo que o som da
publicidade seja desligado, que a barraquinha que vende alface seja desmontada.
Que o comerciante siga sua vidinha dentro das regras até quebrar.
E
segue a rotina, sem som, sem publicidade, sem promoção, sem liberdade e, daqui
a pouco, sem desenvolvimento e dinheiro. Enquanto isso, cada vez mais
monlevadenses vão a BH. Para quê? Comprar. Daqui a pouco, vender. Buscar uma vida melhor. Aí é que mora
o perigo. Podemos continuar ranzinzas, exigindo silêncio no sábado pela manhã,
sossego e tudo mais. Também podemos continuar virando as costas para aqueles
que tentam empreender, lhes tirando sua fonte de renda e nada fazendo para
ajudá-los a prosperar. Ou também podemos dizer: peraí, nosso comércio sempre
foi forte e temos que fazer de tudo para mantê-lo assim, com mais crescimento e
pujança. Basta pensar como desejamos nossa cidade.
Exemplo reverso
Enquanto
por aqui proíbem, em São Gonçalo estimulam. Apoio à formação de novas indústrias.
Um centro industrial legalizado de olho no futuro, quando a Vale parar de
operar ou diminuir sua capacidade. Apoio ao comerciante. Apoio ao produtor
rural, com o objetivo de ajudá-lo no plantio e na venda de seus produtos. E por
aí vai...
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