João Monlevade tomou
conhecimento de algo que, supostamente, já sabia. Existem indicações de
vereadores para cargos comissionados no poder Executivo. Aliás, é centenária a
barganha e acontece no Mundo todo. Considerado algo imoral por alguns e normal
por outros, consta que algumas vezes tal artifício foi usado com fins que
geraram o bem da humanidade. Abrahan Lincoln, por exemplo, concedeu cargos para
deputados em seu governo nos EUA, em troca de apoio à emenda de abolição da
escravatura. À época ele não tinha maioria qualificada na Câmara (House) e
barganhou cargos para conseguir passar o projeto que mudou seu país e ajudou a acabar
com a guerra civil.
Outros casos
Em outros casos,
diferentemente, houve compra direta de votos no Legislativo, envolvendo não
cargos, mas dinheiro. Isso, por sua vez, aconteceu no Brasil, recentemente. Foi
no governo Lula e recebeu o nome de mensalão.
Até a oposição?
O caso se tornou público
quando foi dito na Câmara que o vereador de oposição, Titó, teria solicitado
cargos ao prefeito Teófilo Torres em troca de “favores” na votação de projetos.
Titó não teria sido atendido, segundo a versão, e permaneceu na oposição. O
vereador, por sua vez, se defende, afirmando que nunca pediu tais cargos, que
não existem provas e que o assunto não merece mais atenção, pois se trata de
perda de tempo e gasto de dinheiro público desnecessário debater tais
questões.
Belmar
Quem poderia ficar bem na
foto com a “briga” entre o caso das indicações seria o petista Belmar Diniz –
já que, diferentemente do mandato passado, hoje também é oposição e não existe
registro de tais pedidos. Só que, pensando bem, fica a pergunta abaixo:
Bem na foto?
O PT, na gestão de Gustavo Prandini,
foi o partido que mais conseguiu cargos dentro do governo. Belmar Diniz, à
época, foi um dos designados a ser líder do prefeito na Câmara. Agora, por sua
vez, é oposição e não teria indicados na Prefeitura, segundo consta até o
momento. Como perguntar não ofende, no mandato passado, Belmar indicou pessoas?
E, com o PT no poder, seria a mesma coisa?
Justo agora
Coincide com o momento da
polêmica das indicações entre poderes, multa no valor de R$ 200 mil, indicada
pelo Ministério Público ao ex prefeito Gustavo Prandini (PV). De acordo com o
jornal A Noticia desta terça-feira, tal montante cobrado seria em desfavor do ex
prefeito pela contratação considerada irregular de 88 servidores públicos, sem
a realização de concurso.
Já dizia o sábio
Rodrigo Bentes Diniz, disse:
“quem confunde crítica com ofensa é o mesmo que confunde elogio com bajulação”.
Basta ver reações por aí para entender que, às vezes, falta refletir um pouquinho
mais sobre o que é crítica e o que é ofensa, pode fazer um bem danado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário